Crises...
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Crises...

Atualizado: 4 de nov. de 2022



As notícias nos bombardeiam, “será um ano difícil”, eleições, carnaval, “ômicron”, "Megatron", "Optimus prime”, e sabe-se lá quantas mais variações. Muitas crises, política, sanitárias, de valores, das organizações, etc…


Mas vejamos bem, crise não é um termo que tem um significado restritamente negativo.


A palavra crise vem do verbo grego Krínein, que significa algo como discernimento, oportunidade de melhoria.


Nós músicos, estamos sempre sofrendo esse processo da busca de melhorar, buscando a melhor versão das coisas apresentadas, lutando com as deficiências e dificuldades de cada interpretação.Há muitos ensinamentos nessa busca.


Independente da forma, a todo momento ao longo da historia o ser humano está em crise, todos que habitam esse planeta, todos estamos em crise. Por que ?


Porque a crise não é outra coisa senão uma “encruzilhada”, uma bifurcação nas escolhas disponíveis diariamente, por várias vezes mediante as condições que nos são impostas.


As crises não são ruim, ao contrário, podem ser boas. Elas podem nos sacudir no início, nos tirar o direcionamento, porém, se sabemos questioná-la corretamente, no final, esta crise pode nos fortalecer, numa relação, na família, no ambiente de trabalho.


Na historia da música os compositores, os maiores da história, nenhum criador genial deixou de encarar diversas crises.


Exemplo: Sergei Rachmaninoff. Quando ele apresenta ao público sua primeira sinfonia, o golpe que recebeu da crítica foi tremendo, destruidora, muita dura.


Ao receber esse duro golpe, Sergei deixou de escrever por 3 anos ! Nenhuma nota escrita por 3 anos ! Isso e muito tempo !


Só voltou a compor pela força de um amigo, Nicolai Dahl, amigo e terapeuta que lhe fez compreender o seguinte: "A sua reclamação de que a critica foi injusta e implacável com sua primeira sinfonia, é lógica e legitima, você tem todo o direito de se sentir assim, mas é completamente estéril, não serve pra nada.


"És um grande compositor e pianista, o que tens que fazer é mostrar a ti mesmo, em primeiro lugar, e depois a todos os teus contemporâneos e a toda a posteridade, demonstrar que possui talento, valor, habilidades necessárias para ser grande. Componha uma segunda sinfonia para piano e orquestra que deixe todos de boquiaberta, é isso que tens que fazer, não se queixar da crítica injusta, trabalhe. Reclamar é inútil. Sabes o que tens que fazer ? Refazer-se. Ok, talvez te sintas deprimido e frustrado, mas recomponha-se e comece a trabalhar."


Isso foi um grande encorajamento, um despertar dessa letargia, e se colocou a trabalhar nesse concerto que na opinião de muitos especialistas e o mais belo, maravilhoso e perfeito concerto para piano e orquestra que ja foi composto.


Que sirva de exemplo para pra todos nós. O momento é de crise, seja ela sanitária, econômica, política, pessoal, etc. “Sabes o que temos que fazer?”


Refazer-se, recompor-se e trabalhar.



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